Ao longo da manhã de hoje (14), trabalhadores de diversas categorias se reuniram para discutir as alterações propostas pela nova legislação trabalhista. O Seminário “Reforma Trabalhista: Impactos sobre a Atividade Sindical e a Justiça do Trabalho”, contou com a participação de representantes jurídicos e dirigentes sindicais que pontuaram os principais desafios que os sindicatos terão pela frente.
Durante o debate, os advogados e advogadas presentes responderam a diversos questionamentos. Porém, os tópicos mais abordados foram o trabalho intermitente e o negociado sobre o legislado. Para o público presente, a abrangência do trabalho intermitente ainda não foi devidamente esclarecida – o que gera incertezas quanto as possibilidades de contratação no futuro. “Há o risco de os trabalhadores contratados serem demitidos e recontratados de forma mais precária, através do contrato de trabalho intermitente”, argumentou um dos participantes. Para muitos essa será mais uma estratégia de precarização das relações de trabalho. “O trabalhador fica à disposição do patrão sem nenhuma espécie de segurança, sem o mínimo de estabilidade. Para completar sua renda ele terá que trabalhar em vários locais diferentes. Isso é um absurdo”, completou.
Mauro Abdon e Aderson Bussinger, advogados trabalhistas, fizeram uma retrospectiva da atividade sindical nas últimas décadas e pontuaram que esse é o momento de união da classe trabalhadora para barrar os retrocessos e impedir a retirada de direitos.
As advogadas Marcela Castro e Renata Salles, do Escritório Mauro Abdon, abordaram as perspectivas para a justiça do trabalho dentro do atual contexto da Reforma Trabalhista. “Tudo está sendo orquestrado para impedir que o trabalhador procure a Justiça”, disse Renata. As juristas argumentaram que os trabalhadores serão obrigados a pensar duas vezes antes de entrar numa disputa judicial com a empresa.