A pandemia do coronavirus, COVID-19, é sem dúvida um dos piores problemas enfrentados pela sociedade atual. Até a elaboração dessa carta mais de dois milhões de pessoas foram contaminadas e quase cento e cinquenta mil morreram no mundo inteiro. Os sistemas de saúde do todo o planeta estão entrando em colapso. Profissionais da saúde, em meio à condições precárias de trabalho, falta de testes e de EPIs, estão tendo que escolher quem morre e quem é atendido por falta de equipamentos.
Além disso, a crise sanitária é acompanhada de uma crise econômica, com impactos profundos na vida dos trabalhadores.
É repugnante como o capital que sempre enalteceu a narrativa do “estado mínimo”, agora clama desesperado por ajuda do estado e, de forma perversa, se aproveita da comoção mundial para precarizar ainda mais as relações de trabalho.
Da mesma forma, também é revoltante a letargia dos governos, mesmo tendo como fato o atual número de pessoas infectadas e mortas, ao tomarem ações muito aquém do que se espera, tanto para combater o covid-19 quanto para manutenção dos empregos e aquecimento da economia.
As centrais de trabalhadores estão denunciando todos os absurdos que os donos de empresa e o governo estão fazendo contra o próprio povo, em especial os mais pobres e em condições de vulnerabilidade. Assim como estão reafirmando a necessidade do fortalecimento do SUS, sabendo que somente um sistema público de saúde tem condições de combater uma pandemia dessa magnitude.
Por isso é necessário que os trabalhadores entendam que por trás da crise existe uma luta de classes onde, de um lado, os patrões tentam a todo custo garantir seu lucro independente das mortes e do desemprego que isso possa causar, e do outro lado os trabalhadores estão tentando literalmente sobreviver.
Somente juntos, teremos condições de enfrentar esse desafio e superar essa pandemia. Da mesma forma, somente juntos conseguiremos evitar prejuízos que podem ser permanentes para toda a classe trabalhadora.
Sabemos que não está sendo fácil. Mas, o isolamento social, além de ser um gesto de cidadania, é a principal ferramenta contra o covid-19 que temos no momento. Por isso, fique em casa. Ainda não é hora de voltar a normalidade. Só saia de casa em casos de emergência ou extrema necessidade. Mesmo assim, se mantenha distante das outras pessoas e ao retornar, lave as mãos e tome todos os cuidados de higiene para evitar que o vírus entre no seu lar.
Não sabemos até onde vai essa crise, nem quais serão os efeitos que deixará na sociedade. O que sabemos é que independente do que aconteça continuaremos lutando para defender os trabalhadores e a parte mais pobre da população. E que não ousem duvidar da nossa capacidade de resistir e lutar.