CUT RIO REALIZA XI PLENÁRIA ESTATUTÁRIA ESTADUAL EXTRAORDINÁRIA

A conjuntura atual nos impõe a necessidade de um debate mais profundo no intuito de construir um plano estratégico parar derrotar a tentativa de desmonte da classe trabalhadora que o PMDB e sua “equipe” liderada por Michel Temer querem instaurar em nosso país.

Considerando esse cenário, a CUT RIO realizou nos dias 11 e 12 de agosto a 11ª Plenária | Congresso Estadual Extraordinário e Exclusivo – Marisa Letícia.

Compondo a primeira mesa o ex ministro de Lula e Dilma, Carlos Gabas, fez sua explanação em torno da análise de conjuntura e da Previdência. Gabas esclareceu que é impossível falar da PEC 287 (Reforma da Previdência) sem falar na PEC 55 (limitação dos gastos sociais) – onde 543 mil beneficiários do bolsa família foram excluídos, houve corte de verba para saúde e educação – ambas conseqüentes de um golpe pela disputa de poder existente. Explicou ainda que o que está em jogo não é o equilíbrio da previdência porque a previdência não está falida, o que existe é a preocupação em torno da remuneração do capital especulativo, concentração de renda. Hoje há o desafio em torno da questão previdenciária, porém, existe uma oportunidade muito maior de diálogo com o povo sobre essa questão. Contextualizou o assunto acerca do movimento capitalista mundial que vem se reinventando e refletindo diretamente no Brasil.

O ex-ministro confessou que a investida neoliberal tem origem no comportamento do governo petista exatamente por conta de muita conciliação, as alianças nacionais não foram satisfatórias e por muitas vezes o processo de luta de classes foi negligenciado, deixou como proposta estratégica que haja uma reforma política na esquerda brasileira e que haja também um embate na base política da direita, ampliando a luta de classes.

Sobre a criminalização de Lula, Gabas explicou que ao longo desses anos, desde que Lula se negou a negociar com Fernando Henrique Cardoso, muitas tentativas de destruir Luís Inácio Lula da Silva vêm surgindo e com elas a construção de uma figura completamente distorcida do ex-presidente.

Analisou também a situação política e econômica do Rio de Janeiro, que em sua leitura está passando um processo de muita dificuldade por conseqüência da irresponsabilidade de seus governantes.

Compondo a segunda mesa do dia esteve o presidente do Sindicato dos Portuários, Sérgio Giannetto, a companheira Juvândia da CUT Nacional e a companheira Cleide, Presidenta do sindicato das domésticas de Nova Iguaçu e região.

Giannettodefendeu o trabalho portuário avulso e denunciou a problemática política portuária em torno da tentativa, por parte da atual gestão da CDRJ, de retirada de direitos conquistados e consagrados há décadas, através de atitudes infundadas que visam enfraquecer o movimento sindical. Expôs ainda as principais pautas da categoria à exemplo da luta contra a distribuição de cargos pelo Governo por critérios político partidários, a mudança no cálculo das horas extras da Guarda Portuária e do pessoal da operação portuária contrariando decisão judicial implementada desde 1999 e a intenção por parte da CDRJ em reajuste salarial zero e retirada de clausulas importantes do novo Acordo Coletivo de Trabalho.

A companheira Juvândia Moreira fez também sua análise de conjuntura mencionando o corte de gastos que prejudicou a população do Rio de Janeiro, “Eles aprovaram emenda para reduzir investimentos em saúde e educação, enquanto isso tem universidade e hospital fechando aqui no RJ. Eles pregam o Estado Mínimo, mas é mínimo só para o povo, já que metade do orçamento vai para pagar juros da dívida pública”, relatou.

Na última mesa do primeiro dia do evento o professor da UERJ, Daniel Pinha, desabafou sobre o ataque à Universidade “A gente acha que a universidade pública é só importante pela construção do conhecimento, mas olhando a UERJ percebemos a transformação social e o impacto econômico que a universidade gera na sociedade em geral. O ataque à universidade é a incorporação do ataque ao projeto de posse do povo sobre o que é público.”.

O segundo dia da 11ª Plenária | Congresso Estadual Extraordinário e Exclusivo – Marisa Letícia se iniciou na quadra da Escola de Samba Império Serrano, em Madureira, com um grande ato em defesa da classe trabalhadora, da nação brasileira! Parceiros de movimentos sociais e do meio sindical fizeram suas falas ao longo do dia enriquecendo e fortalecendo a narrativa.

O ponto alto do evento foi a presença do ex-presidente Lula na tarde de sábado, Durante o ato, Lula voltou a criticar o desmonte das políticas sociais do governo Temer e afirmou que o objetivo da perseguição ao PT é destruir os direitos conquistados nos últimos anos.

“Sou uma peça de uma máquina chamada povo brasileiro. Eu só sou o que sou pela evolução da consciência política do povo, que estendeu que pode melhorar de vida. Nós provamos que o Brasil pode ser grande. Por isso, tenho certeza que esse país pode voltar a sorrir e ser respeitado”, disse Luiz Inácio Lula da Silva para o seu povo na grande Império Serrano.

AssCom PortuáriosRio