Diretoria de Docas do RJ persegue para preparar privatização

Escrito por: CUT Rio

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Portuários da Companhia Docas do Rio de Janeiro – CDRJ,
Autoridade Portuária, estão sendo demitidos no atacado para
enxugar quadro e deixar empresa barata para privatização, isso
tem uma razão:

Não é de hoje que tentam entregar todas as responsabilidades
nos portos brasileiros à iniciativa privada. A CDRJ já foi
privatizada desde os tempos de Itamar Franco, quando foi
adotado o modelo “Port Authority” que tem como princípio a
movimentação e armazenamento de cargas ao capital privado e
a fiscalização da atividade ao Estado, como preceitua a legislação
própria que segue modelo adotado nos maiores e eficientes
portos em todo o planeta. Agora, nesses últimos tempos, se
tenta aqui no Brasil a entrega dessa atividade à iniciativa
privada.

Seguindo um modelo mundial, a autoridade portuária é sempre
de responsabilidade do Estado, o motivo é bem simples, o porto
é peça chave para a economia, segurança e soberania nacional.

Desde fevereiro de 2019, a CDRJ está sendo presidida pelo vice-
almirante Francisco Antônio de Magalhães Laranjeira, que
montou uma verdadeira caça às bruxas na empresa. “O atual
Presidente aqui está com intuito de entregar a empresa à
iniciativa privada, acha que nós trabalhadores somos peças
descartáveis”, disse portuário concursado com mais de 20 anos
de casa,

Isso não é muito longe do que vemos no dia-a-dia. Há uma busca
por qualquer pretexto que dê oportunidade de perseguir, tirar
direitos e demitir funcionários que têm até 40 anos de serviços
prestados. Trabalhadores estes, em sua grande maioria, com

ficha limpa na empresa e nenhuma anotação por qualquer
motivo.

A mais nova investida da empresa, veio agora, com a revanche
contra funcionários que entraram na justiça, em 2012, na busca
dos seus direitos. A Companhia Docas, quando não havia mais
recursos e o processo finalizado, abre um Processo
Administrativo Disciplinar (PAD), e de forma descabida demite
por justa causa, acusando levianamente os funcionários de má
fé.

Note que não foi uma decisão dada por um juiz, a má fé está
sendo apontada por quem foi ré em um processo. Não existe
justificativa para que isso seja feito a não ser revanchismo. Fazer
de exemplo trabalhadores que dedicaram sua vida a empresa.

Com essa ação, Docas pretende que nenhum outro trabalhador
tenha coragem de ir contra a tirania dos desmandos que
acontecem e voltarão certamente a acontecer. “É uma pressão
danada e a gente fica apavorado. Eles colocam essa pressão para
coibir que os próximos entrem na justiça pelos seus direitos.”
alertou um funcionário com mais de 40 anos de empresa.

A decisão agora parece irreversível. Docas, através do seu vice-
almirante, não quer papo, quer demitir sumariamente 8
trabalhadores. Não se enganem que estes serão os últimos. A
regra agora na empresa é limpeza total de funcionários para que
o quadro tenha o menor número de trabalhadores possível para
facilitar sua entrega para a iniciativa privada. A CODESA e a
CODESP estão entre as empresas que Jair Bolsonaro colocou
como ponta de lança no seu projeto privatista. A CDRJ é a
próxima da lista. A decisão acontece mesmo depois de em
campanha o presidente afirmar que não privatizaria o setor.

Mais uma vez neste governo ganham as forças do mercado. Abre
mão da soberania do Estado, o trabalhador fica em segundo
plano e perde seu emprego, sua dignidade e tranquilidade de
viver em paz.

Fonte: CUT Rio