Seminário de Logística da CUT debate condições de trabalho nos modais e competitividade

A construção de uma pauta nacional unificada em defesa da melhoria nas condições de trabalho de cerca de seis milhões de trabalhadores nos modais rodoviário, viário, aéreo, ferroviário, metroviário, portuário/marítimo e cargas (caminhoneiro), na base da CNTT, foi a tônica dos debates do Seminário do Setor de Logística da CUT, que iniciou na quinta-feira, dia 27, no centro de formação do Sindicato dos Servidores Municipais de SP. O evento continua nesta sexta-feira, 28. Participam 100 dirigentes e caminhoneiros de várias localidades do Brasil.

Fotos: Dino Santos

Organizado pela Secretaria Geral da CUT Nacional, em parceria com a CNTT, o evento faz parte da estratégia de organização do ramo do transporte que integra o Macrossetor de Serviços, Comércio e Logística da CUT. “Propomos a criação do Macrossetor da indústria, do setor público e faremos também com os rurais. A nossa finalidade é articular todos os ramos na busca da unificação das lutas”, disse o Secretário Geral da CUT, Sérgio Nobre, na abertura do Seminário.

O Secretário adjunto de Saúde da CUT, presidente da Federação Nacional dos Portuários (FNP) e vice-presidente da CNTT, Eduardo Guterra, completou “o setor de logística é fundamental para o Brasil e, portanto, tem que estar organizado”.

Competitividade

A modernização e a ampliação da infraestrutura logística são fundamentais para retomar a competitividade do País. Essa é a opinião de Hélio Mauro França, diretor da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) que participou do Seminário de Logística da CUT. A estatal é responsável pelos projetos de melhorias de portos, ferrovias e rodovias e busca parceiros no setor privado para investir nos projetos pelo modelo de parcerias público-privadas (PPP).

França falou sobre o Programa de Investimentos em Logística (PIL) do governo federal e defendeu as concessões de infraestrutura como ferramenta para alavancar o crescimento da economia brasileira. O PIL prevê investimentos privados da ordem de R$ 213 bilhões em rodovias (R$ 52 bilhões), ferrovias (R$ 99 bilhões), portos (R$ 54 bilhões) e aeroportos (R$ 8,7 bilhões).
O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2) do governo federal também foi citado pelo diretor que destacou que estão orçados 132,2 bilhões de investimentos. “Temos muitos gargalos, como estradas com ponte de madeira e temos que investir em armazéns para estocar grãos. O governo está empenhado em solucionar estes problemas. Nossa estatal tem este papel de fazer estudos que apontem soluções para esta realidade”, disse.

FGTS

O Secretário de Organização da CUT, Jacy Afonso, falou sobre o Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS), que é administrado pela Caixa Econômica Federal, e foi criado em 2007 na gestão do então ministro do Trabalho, Luiz Marinho. “Dos 20 milhões de empregos criados no Brasil, 513 mil foram gerados graças aos recursos do Fundo”, contou o sindicalista que foi presidente do Comitê de Investimento do FI.

Jacy citou outro exemplo os investimentos no Aeroporto de Guarulhos: em 2003 transportava 9 milhões de passageiros por ano e hoje ultrapassa os 33 milhões. “São recursos dos trabalhadores, porque faz parte do seu FGTS, que estão investindo em infraestrutura e geração de empregos. Para este ano, está orçado R$ 10 bilhões”.
O dirigente explica que é fundamental que os trabalhadores, representados pelas centrais sindicais, que participam do Comitê em conjunto com o governo e empresários, tenham a capacidade de brigar por investimentos que contribuam na geração de novos postos de trabalho.

Conhecimento é poder

Maria das Graças Costa, Secretária de Relações de Trabalho da CUT, professora na cidade de Quixadá, no Ceará, em sua fala destacou que os modais do transporte são muito ricos, têm suas particularidades, e chamou atenção para os investimentos do governo federal no setor de logística. “Na apresentação da EPL, vi muitos bilhões de investimentos, mas não vi quantos empregos com qualidade serão criados”, indagou.
Graça disse que a visão dos investimentos é patronal, não privilegia o trabalhador, por isso, alertou que os dirigentes dos modais devem estar organizados e bem informados, porque “conhecimento é poder”.

Próximo evento

Nos dias 3 e 4 de abril, na sede da Contracs/CUT, acontecerá o Seminário do Macrossetor do Comércio, Serviço e Logística da CUT. O ramo dos transportes participará com dez vagas.

Viviane Barbosa, editora do Portal da CNTT/CUT

Comments (1)

  1. acho pena que todo o repasse de varebs federais para os Estados brasileiros ne3o seja acompanhado de um sistema de controle por partedo governo federal com tanta corrupe7e3o e problemas e9ticos e de desvio de varebs. O Parana infelizmente este0 contaminado pelo nepotismo da familia Richa! por que ningue9m faz nada?

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