Na última segunda feira (06/06) aconteceu na Fundição Progresso no Centro do Rio de Janeiro, ato político-cultural organizado pelo Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas.
O evento lançou a campanha “se é público, é para todos!”, desenvolvida para conscientizar e engajar os brasileiros e brasileiras no debate sobre a valorização do que é público: empresas, educação, cultura, saúde, espaços e tudo mais que se constitui em riqueza do e para o povo brasileiro ameaçados pelo governo interino.
Defesa popular pelo patrimônio brasileiro e total repúdio ao golpista Michel Temer deram tom ao evento.
Na ocasião estavam presentes lideranças políticas, sindicais e intelectuais de diversas regiões do país.
Além dos representantes da CUT, CTB, Intersindical, FUP, Fenae, Contraf-CUT e Federação Nacional dos Portuários, o Sindicato dos Portuários do Rio de Janeiro também esteve presente para contribuir e reafirmar o engajamento na luta contra a privatização e terceirização das Atividades Portuárias.
O Presidente do Sindicato e também Membro do Comitê Nacional contra as Privatizações e Terceirizações, Sérgio Giannetto, em entrevista no local afirmou: “Os portos são um bem público de interesse estratégico tanto na questão do abastecimento à população, ao comércio e à indústria quanto à segurança nacional. Não se pode entender que a iniciativa privada seja um órgão regulamentador de interesse do país, portanto, o porto é público e se é público, é para todos!”
O evento foi marcado pela realização de debates com a mesa convidada, de forma quase unânime os debatedores denunciaram a orientação do governo interino de Michel Temer que aprova a toque de caixa mudanças profundas na organização do Estado.
Os convidados das mesas foram: a filósofa Marcia Tiburi, o cientista político Emir Sader, o advogado e professor de direito tributário Ricardo Lodi, o economista e fundador do MST João Pedro Stédile, o geólogo e ex-diretor da Petrobras Guilherme Estrella, o secretário de Relações Internacionais e Movimentos Sociais da FUP João Antônio de Moraes; além de lideranças partidárias como a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB – RJ); o presidente da Contraf – CUT Roberto von der Osten e a coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas Maria Rita Serrano.
Do palco principal os atores Tuca Mores e Luiz Fernando Lobo apresentavam o evento, eles destacaram o investimento dos governos Lula e Dilma em vários setores da esfera pública, numa clara contradição com o que pretende o atual governo.
O ponto alto da noite foi a presença do ex-presidente Lula. Logo no início do seu discurso que durou cerca de 40 minutos para mais de duas mil pessoas, ele destacou a importância das empresas públicas. “Mostramos que é possível fazer políticas públicas em que o pobre não era um problema e sim solução. Todo mundo sabe a importância, por exemplo, da Caixa para financiar a habitação, saneamento básico, Minha Casa, Minha Vida e outros programas sociais. E hoje a Caixa é o segundo banco em ativos, mostrando que é só dar uma chance aos pobres, com crédito, porque isso é acreditar no futuro”, afirmou.
Ao final do seu discurso, Lula admitiu que o governo da presidenta afastada Dilma Rousseff cometeu erros assim como qualquer outro governo, porém, somente com sua volta esses erros seriam corrigidos.